Minha vida sobre 2 rodas.
26 abr 2007
Em comemoração ao meu aniversário fizemos um passeio a Serra da Rocinha (Timbé do Sul/São José dos Ausentes), costeando a Serra até Bom Jardim onde descemos a Serra do Rio do Rastro. Éramos três Falcons, eu, Wander (Quik) de Indaiatuba/SP e Alexandre de Arroio do Sal/RS. TÃnhamos também uma L200 de apoio (responsabilidade do Jorge de Criciúma/SC).
Havia combinado de me encontrar com o Wander em Urussanga � s 8h00, pois ele vinha de Florianópolis e com Alexandre em Timbé do Sul � s 9h00. Wander saiu 5h45 de Floripa e � s 9h00 ainda não tinha chego a Urussanga, pois a BR101 está bastante complicada…
Após a chegada de Wander, malas no hotel e seguimos a Criciúma. Nos encontramos com o carro de apoio e sem muita enrolação fomos a Timbé do Sul, chegando lá por volta das 11h00 onde nos encontramos com o Alexandre e abastecemos.
Dirigimos-nos a Serra da Rocinha, tÃnhamos poucos metros mais de asfalto e vários quilômetros de terra e pedras pela frente, só não imaginávamos era a quantia e o tamanho delas.
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Andávamos cerca de 5 minutos na frente de nosso carro de apoio, subindo curva após curva e com vários deslizes e sustos sobre as pedras. Fizemos uma parada no meio da Serra do Faxinal para algumas fotos.
A metade superior da serra é o pior trecho. Usávamos a primeira marcha para podermos fazer as curvas com “segurançaâ€. Mesmo assim quando a roda dianteira passava sobre uma pedra um pouco maior, não tinha como evitar o susto de ter que segurar a moto nas pernas. Até que, em um momento de descuido, Wander acabou não conseguindo segurar e “perdendo a rodinha traseiraâ€, acabou caindo. Felizmente não houve danos na moto e nem com o mesmo, mas tal fato ocorreu bem na divisa com o RS, deixando-nos ainda mais apreensivos. Seguimos então com um cuidado ainda maior, pois esperávamos por mais quedas.
Mais � frente nós avistamos um aglomerado de pessoas e, curiosos que somos, paramos para ver. Um caminhão havia se perdido em uma curva e acabou descendo uma ladeira rolando. Felizmente não houve vÃtimas, o motorista conseguiu pular antes de o caminhão descer serra abaixo.
A paisagem nos fazia esquecer de todos os problemas. Chegamos ao mirante cerca de uma hora após sairmos de Timbé do Sul, com direito a fotos, descanso e esperarmos pelo carro de apoio. Torci meu pé ao bater uma foto no “automático†para todos aparecermos (no momento não foi nada, mas depois virou um grande problema).
Seguimos então para São José dos Ausentes para almoçar, a estrada já ficava um pouco melhor, mas não sabÃamos o que ainda estava por vir. Fomos direto ao restaurante, e nosso carro de apoio parou no Vale das Trutas, onde também deverÃamos ter parado. Jorge que estava no Apoio só esqueceu de nos informar isto (hehehe). A comida não era das melhores, mas a fome mandava.
Já beirava 14:00h e mal tÃnhamos começado o passeio. Estávamos � 90km de Bom Jardim, sem contar as distâncias para ir aos pontos turÃsticos e de pura pedra. Continuamos cerca de 15 minutos na frente do apoio, agora sempre esperando nos cruzamentos para ninguém se dividir.
Conhecemos o Cachoeirão dos Rodrigues, onde foi gravado o primeiro capÃtulo da novela “O Profetaâ€. Ao sair fomos um pouco mais � frente, pois tÃnhamos combinado de nos encontrarmos no Pico e Canyon Monte Negro. Seguimos a placa que achávamos correta e rodamos em uma das piores estradas que já vi. Tinham colocado uma camada de pedra sobre todo o trecho de aproximadamente 20km para evitar os atoleiros quando ocorressem chuvas.
Apanhamos bastante até aprender que tÃnhamos que acelerar fundo para não cair. A cada metro eram várias pedras rolando. Rodamos na casa dos 80km/h direto, mas o problema era quando éramos surpreendidos por descida e curvas nestas descidas. Os sustos eram grandes. Paramos para analisar a possibilidade de voltar, mas seguimos em frente. Durante o caminho havia algumas humildes placas aos turistas pedindo para não jogar lixo no chão e indicando o caminho � pousada, sendo que elas nos davam esperanças de chegar a algum lugar.
Chegando � Pousada dos Canyons, descobrimos que estávamos em um canyon sim, mas não no Monte Negro e sim no Canyon Boa Vista. Alguns quilômetros � frente (sem estradas, apenas pasto), vimos o canyon e lá batemos algumas das melhores fotos de nossas motos.
Na volta aceleramos ainda mais. Minha moto até ficou estável sobre as pedras e os sustos diminuÃram. Mas quase caà em um “mata burro†estreito em uma descida em curva, pois qualquer uso de freio naquela situação faria rolar ainda mais pedras sob a roda.
Ao chegar � estrada geral novamente dei um respiro de alÃvio e seguimos. Achei a entrada correta para o Monte Negro, mas não fomos, pois tÃnhamos perdido muito tempo no Canyon Boa Vista.
Sentia uma leve dor no tornozelo esquerdo devido � s constantes vibrações do pedal e freqüentes trocas de marchas, mas nada de grave.
Seguimos rodando… rodando… e rodando… Muita terra e poeira. TÃnhamos cerca de 70km pela frente e já devia ser 17h00. Mas ainda estávamos tranqüilos.
Chegando mais próximo da noite o sol começou a se pôr e o tempo esfriar (nessa época é bastante frio � noite naquela região) e meu tornozelo a doer com certa intensidade. Paramos para nos informar se não tÃnhamos errado de estrada novamente e falaram que Bom Jardim estava apenas � 50km � frente. Mais adiante paramos novamente, pois o sol já havia desaparecido (ainda tÃnhamos a iluminação dele) e estávamos ficando nervosos, pois rodar naquelas estradas á noite, só abaixo de 20km/h. Também estávamos sem o forro térmico das jaquetas, com tanque de gasolina que não permitia erros no trajeto e com meu tornozelo doendo o suficiente para eu não conseguir mais trocar as marchas.
Faltavam 25km e eu precisava do carro de apoio que não sabÃamos se já tinha descido a Serra do Rio do Rastro. Em minutos ficarÃamos sem a iluminação natural, mas ao menos era uma região mais habitada onde a cada 2km no máximo havia uma casa.
Como já tinha pegado uma boa prática para andar naquele terreno me distanciei um pouco do Wander e do Alexandre (sempre conferindo se havia um pontinho amarelo no meu retrovisor nas retas) a fim de chegar � cidade o mais rápido possÃvel e entrar em contato com o carro de apoio.
Faltavam 5km e avistei a igreja de Bom Jardim do alto do morro, fazia cerca de 10 minutos que tÃnhamos ficado apenas com a iluminação do farol das motos. Ver a igreja me tranqüilizou muito, assim que chegamos a Bom Jardim vimos nosso carro de apoio na saÃda da estrada com o pneu terminando de ser trocado.
Solicitei que levassem minha moto dali em diante, pois eu não teria condições de seguir. Fomos ao ChocoHaus fazer um lanche, pois o pessoal do carro de apoio resolveu não encarar o almoço. Aproveitei para colocar um gelo no pé e como não iria mais pilotar tomei um chocolate quente com conhaque.
Descemos a serra, onde a moto do Wander “travou†o freio dianteiro e precisou descansar um pouco para continuar. Infelizmente não aproveitamos muito na descida da Serra do Rio do Rastro, pois o cansaço tomava conta de todos nós e já passava das 20:00h.
As paisagens que passamos são inesquecÃveis, as fotos comprovam isso. Colocamos nossas motos para fazer o que elas foram projetadas para fazer!
Deixo aqui também meus agradecimentos � comunidade FalconOnLine que tem se unido cada vez mais aqui pelo sul. Marcando sempre presença e organizando diversos passeios.
6 Comentários para "Dificuldades na Serra da Rocinha e São José dos Ausentes"
É isso ai , quem procura algo diferente para fazer, gosta de adrenalina, e tem muita coragem e força de vontade , esse passeio é ideal.
Continuem se aventurando e, principalmente ,nos contando todas as suas histórias.
Aline
Caros aventureiros
Sou amigo do Alexandre, que me forneceu o endereço se voces,
para ler a descrição do passeio. Deve ter sido fantastico.Aquela região e lindissima e tambem esquecida.
Ja realizei este trajeto de carro e senti um pouco de inveja (inveja boa) de voces.
Parabens, continuam realizado passeios como este, que estarei a ler de divulgar as façanhas de voces.
Um abração
LCRTeixeira
Que bela aventura gente. Decidi parar de enrolar e comprar uma bota para nao torcer o pé, hehe.
Espero que vc esteja bem Bonnotto.
O Quick já postou as fotos no Falcon Online . Lindas….
Pela cor do casaco dele imagino o poeirao que pegaram.
Mas isso vale pelo passeio, a adrenalina correndo solta.
Parabéns.
Grandes Aventureiros !
Parabens pela aventura,já fiz a Serra do Corvo Branco e Rastro
Mas estou precisando acrescentar ao meu curriculo esta Paisagem ai de
São Jose dos Ausentes,contem com o Gauchão de POA aqui,e mais algumas Saharas quando resolverem encarar novamente.
Elvis-Moderador Facção-RS
São José dos Ausentes é bonito dimais… Estive lá em dezembro 2006 e agora estamos voltando para passar o Natal!!! Ficamos e voltaremos a ficar na pousada Aparados da Serra, muito bom demais… Cheguei até este blog, atraves do Google, pois procuro referencias sobre o Canyon Boa Vista…
ESTE LUGAR É DIVINO, DEVIA SER MAIS DIVULGADO,ESTA BELEZA DE LUGAR………
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