Em comemoração ao meu aniversário fizemos um passeio a Serra da Rocinha (Timbé do Sul/São José dos Ausentes), costeando a Serra até Bom Jardim onde descemos a Serra do Rio do Rastro. Éramos três Falcons, eu, Wander (Quik) de Indaiatuba/SP e Alexandre de Arroio do Sal/RS. Tínhamos também uma L200 de apoio (responsabilidade do Jorge de Criciúma/SC).

Havia combinado de me encontrar com o Wander em Urussanga � s 8h00, pois ele vinha de Florianópolis e com Alexandre em Timbé do Sul � s 9h00. Wander saiu 5h45 de Floripa e � s 9h00 ainda não tinha chego a Urussanga, pois a BR101 está bastante complicada…

Após a chegada de Wander, malas no hotel e seguimos a Criciúma. Nos encontramos com o carro de apoio e sem muita enrolação fomos a Timbé do Sul, chegando lá por volta das 11h00 onde nos encontramos com o Alexandre e abastecemos.

Dirigimos-nos a Serra da Rocinha, tínhamos poucos metros mais de asfalto e vários quilômetros de terra e pedras pela frente, só não imaginávamos era a quantia e o tamanho delas.S5000238

 

Andávamos cerca de 5 minutos na frente de nosso carro de apoio, subindo curva após curva e com vários deslizes e sustos sobre as pedras. Fizemos uma parada no meio da Serra do Faxinal para algumas fotos.

A metade superior da serra é o pior trecho. Usávamos a primeira marcha para podermos fazer as curvas com “segurança”. Mesmo assim quando a roda dianteira passava sobre uma pedra um pouco maior, não tinha como evitar o susto de ter que segurar a moto nas pernas. Até que, em um momento de descuido, Wander acabou não conseguindo segurar e “perdendo a rodinha traseira”, acabou caindo. Felizmente não houve danos na moto e nem com o mesmo, mas tal fato ocorreu bem na divisa com o RS, deixando-nos ainda mais apreensivos. Seguimos então com um cuidado ainda maior, pois esperávamos por mais quedas.DSC03618

Mais � frente nós avistamos um aglomerado de pessoas e, curiosos que somos, paramos para ver. Um caminhão havia se perdido em uma curva e acabou descendo uma ladeira rolando. Felizmente não houve vítimas, o motorista conseguiu pular antes de o caminhão descer serra abaixo.

A paisagem nos fazia esquecer de todos os problemas. Chegamos ao mirante cerca de uma hora após sairmos de Timbé do Sul, com direito a fotos, descanso e esperarmos pelo carro de apoio. Torci meu pé ao bater uma foto no “automático” para todos aparecermos (no momento não foi nada, mas depois virou um grande problema).S5000244

Seguimos então para São José dos Ausentes para almoçar, a estrada já ficava um pouco melhor, mas não sabíamos o que ainda estava por vir. Fomos direto ao restaurante, e nosso carro de apoio parou no Vale das Trutas, onde também deveríamos ter parado. Jorge que estava no Apoio só esqueceu de nos informar isto (hehehe). A comida não era das melhores, mas a fome mandava.

DSC03617Já beirava 14:00h e mal tínhamos começado o passeio. Estávamos � 90km de Bom Jardim, sem contar as distâncias para ir aos pontos turísticos e de pura pedra. Continuamos cerca de 15 minutos na frente do apoio, agora sempre esperando nos cruzamentos para ninguém se dividir.

Conhecemos o Cachoeirão dos Rodrigues, onde foi gravado o primeiro capítulo da novela “O Profeta”. Ao sair fomos um pouco mais � frente, pois tínhamos combinado de nos encontrarmos no Pico e Canyon Monte Negro. Seguimos a placa que achávamos correta e rodamos em uma das piores estradas que já vi. Tinham colocado uma camada de pedra sobre todo o trecho de aproximadamente 20km para evitar os atoleiros quando ocorressem chuvas.DSC03686

Apanhamos bastante até aprender que tínhamos que acelerar fundo para não cair. A cada metro eram várias pedras rolando. Rodamos na casa dos 80km/h direto, mas o problema era quando éramos surpreendidos por descida e curvas nestas descidas. Os sustos eram grandes. Paramos para analisar a possibilidade de voltar, mas seguimos em frente. Durante o caminho havia algumas humildes placas aos turistas pedindo para não jogar lixo no chão e indicando o caminho � pousada, sendo que elas nos davam esperanças de chegar a algum lugar.

Chegando � Pousada dos Canyons, descobrimos que estávamos em um canyon sim, mas não no Monte Negro e sim no Canyon Boa Vista. Alguns quilômetros � frente (sem estradas, apenas pasto), vimos o canyon e lá batemos algumas das melhores fotos de nossas motos.

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Na volta aceleramos ainda mais. Minha moto até ficou estável sobre as pedras e os sustos diminuíram. Mas quase caí em um “mata burro” estreito em uma descida em curva, pois qualquer uso de freio naquela situação faria rolar ainda mais pedras sob a roda.

Ao chegar � estrada geral novamente dei um respiro de alívio e seguimos. Achei a entrada correta para o Monte Negro, mas não fomos, pois tínhamos perdido muito tempo no Canyon Boa Vista.

Sentia uma leve dor no tornozelo esquerdo devido � s constantes vibrações do pedal e freqüentes trocas de marchas, mas nada de grave.

Seguimos rodando… rodando… e rodando… Muita terra e poeira. Tínhamos cerca de 70km pela frente e já devia ser 17h00. Mas ainda estávamos tranqüilos.

Chegando mais próximo da noite o sol começou a se pôr e o tempo esfriar (nessa época é bastante frio � noite naquela região) e meu tornozelo a doer com certa intensidade. Paramos para nos informar se não tínhamos errado de estrada novamente e falaram que Bom Jardim estava apenas � 50km � frente. Mais adiante paramos novamente, pois o sol já haviaDSC00114 desaparecido (ainda tínhamos a iluminação dele) e estávamos ficando nervosos, pois rodar naquelas estradas á noite, só abaixo de 20km/h. Também estávamos sem o forro térmico das jaquetas, com tanque de gasolina que não permitia erros no trajeto e com meu tornozelo doendo o suficiente para eu não conseguir mais trocar as marchas.

Faltavam 25km e eu precisava do carro de apoio que não sabíamos se já tinha descido a Serra do Rio do Rastro. Em minutos ficaríamos sem a iluminação natural, mas ao menos era uma região mais habitada onde a cada 2km no máximo havia uma casa.

Como já tinha pegado uma boa prática para andar naquele terreno me distanciei um pouco do Wander e do Alexandre (sempre conferindo se havia um pontinho amarelo no meu retrovisor nas retas) a fim de chegar � cidade o mais rápidoDSC00119 possível e entrar em contato com o carro de apoio.

Faltavam 5km e avistei a igreja de Bom Jardim do alto do morro, fazia cerca de 10 minutos que tínhamos ficado apenas com a iluminação do farol das motos. Ver a igreja me tranqüilizou muito, assim que chegamos a Bom Jardim vimos nosso carro de apoio na saída da estrada com o pneu terminando de ser trocado.

DSC00133Solicitei que levassem minha moto dali em diante, pois eu não teria condições de seguir. Fomos ao ChocoHaus fazer um lanche, pois o pessoal do carro de apoio resolveu não encarar o almoço. Aproveitei para colocar um gelo no pé e como não iria mais pilotar tomei um chocolate quente com conhaque.

Descemos a serra, onde a moto do Wander “travou” o freio dianteiro e precisou descansar um pouco para continuar. Infelizmente não aproveitamos muito na descida da Serra do Rio do Rastro, pois o cansaço tomava conta de todos nós e já passava das 20:00h.

Mas no geral o passeio foi legal, a galera do apoio se apaixonou e pretende comprar motos para nos acompanhar. Wander e Alexandre são parceiros de estrada e não vejo � hora de rodar novamente com eles.DSC00169

As paisagens que passamos são inesquecíveis, as fotos comprovam isso. Colocamos nossas motos para fazer o que elas foram projetadas para fazer!

Deixo aqui também meus agradecimentos � comunidade FalconOnLine que tem se unido cada vez mais aqui pelo sul. Marcando sempre presença e organizando diversos passeios.

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