Início desta semana me convidaram para pedalar, era uma turma de ciclistas aqui do município. Combinado era um roteiro de 56km, mesmo sabendo que não conseguiria concluir todo percurso resolvi encarar.

Andaríamos por 2 cidades, fazendo um triângulo em relação a minha casa. No começo tudo tranqüilo, após 10km o corpo já estava bastante acostumado com o esforço, até então sem subidas ou descidas. Conversando pelo caminho, um amigo também estava pensando em encurtar o trajeto, porém encarando um roteiro de terra (para minha felicidade). Seria a metade do percurso, então nos dividimos.

Pedalar na terra não é igual a pilotar na terra. A falta de tração nas rodas torna o esforço bastante forte. Havia várias subidas e descidas íngremes. Ao pegar velocidade, como era noite, o farol (mesmo sendo um bom farol) não ilumina o suficiente para os 55km/h atingidos. A trepidação também era grande, os pneus finos não passavam segurança.

Ao chegar ao asfalto novamente, após cerca de 8km de terra, os músculos estavam perto do limite. A cada pedalada parecia que pegava fogo dentro das coxas, a panturrilha estava nas últimas e ainda faltavam várias subidas pela frente, coisas de iniciante mesmo.

Completei o percurso, com uma velocidade média de aproximadamente 20km/h imaginando que no dia seguinte não conseguiria nem levantar da cama de dores, mas não foi o que aconteceu.

Acordei e estava me sentindo ótimo, no passar do dia me animei em fazer o percurso que havia desistido no dia anterior. Mas dessa vez eu definiria o ritmo, fui sozinho, havia 56km pela frente ainda, as dores começaram após 15km de pedalada, mas eram apenas musculares então resolvi conviver com ela.

Realizei 4 paradas de uns 10 minutos cada durante o passeio, não estava me importando com ritmo ou velocidade, queria apenas concluir, vencer a distância.

Os últimos 6km foram bastante difíceis, pensei em desistir mas continuei. Concluí o percurso cerca de 21h00, após quase 3h de pedalada, uma velocidade média de 19km/h e com toda tranqüilidade e sem preocupações, mas com muitas dores.
Para minha surpresa, no terceiro dia acordei ótimo e disposto. O trabalho está rendendo mais e me sinto melhor. Não poderei pedalar com muita freqüência, mas espero continuar com disposição e cada vez mais me superar, tanto no ritmo quando na distância percorrida.